São muitas as expectativas para o ano
de 2013, principalmente por conta dos novos prefeitos que tomaram posse nesta
terça-feira (1o) e passaram a gerir as cidades brasileiras. Assim, como os
outros municípios, Itamari, também contará com um novo governo a partir deste
mês. Trata-se do administrador Nêgo (PCdoB) que terá a responsabilidade de
reverter a situação de atraso em que se encontra os serviços públicos. Embora
tenha completado 50 anos de emancipação política, Itamari é hoje uma das
cidades que pouco cresceu na região, se comparada com outras do mesmo porte
como Apuarema, Nova Ibiá, Wenceslau Guimarães e Teolândia. Os dos principais
entraves hoje para que a cidade consiga evoluir seja a sua pouca arrecadação e
o investimento adequado do dinheiro público, principalmente no que é básico
como saúde, educação, urbanização, entre outros.
A nível de extensão territorial, Itamari é um dos menores,
isso talvez também colabore para essa baixa arrecadação. O mais triste é que os
gestores anteriores não tiveram expressão política e interesse para brigar
pela redefinição dos limites do município. A pergunta que fica é, será que
Nêgo terá essa disposição? Bom, outra grande preocupação (minha em particular
por ser educador de formação) é a educação. Embora, nos últimos anos, a
prefeitura tenha investido na formação de professores, o que é bastante
positivo, a estrutura física das escolas de Itamari deixa a desejar. Os
remendos feitos em algumas escolas são vergonhosos, inclusive nunca entendi o
que tentaram fazer com a Escola Professor Roberto Santos que perdeu toda a sua
área de ventilação e ficou escura após tantas reformas desastradas. Além disso,
o despreparo de alguns gestores dessas escolas também tem corroborado e muito
para que a educação em Itamari se perdesse, sem contar as rivalidades e a
disputa por poder travadas dentro dessas instituições.
Embora tenha sido referência um dia, de um tempo para cá a
saúde de Itamari não anda nada boa (permitam-me o trocadilho). E o que mais tem
sido apontado pela população como problema é o atendimento nos hospitais e
postos de saúde. Infelizmente, alguns ainda não conseguiram se desprender
daquele comportamento provinciano de tratar mal a quem tem opinião diferente da
sua. Após a estrada que liga Jequié a Gandu ter sido construída, Itamari
saiu do isolamento e se tornou até mais conhecida, contudo a construção da
mesma deixou uma herança terrível nas ruas da cidade e a falta de manutenção
dessas ruas só piorou a situação, afinal a preocupação da última gestão foi
pavimentar vias públicas e entregar ao abandonar as que já estavam
pavimentadas.
A propósito, a praça João Freire, após a reforma, ficou
linda e só. Já as outras caíram no esquecimento. Sem contar que o projeto
urbanístico de Itamari (chamo assim por ironia mesmo) é mal feito e todo
pensado de acordo com aquela velha política de fazer do jeito que der. Certa
vez, ao perguntar ao prefeito na época, Antônio Paraná, por que ele não
substituía o calçamento da rua 18 de julho, ele respondeu que era algo
histórico que não poderia ser substituído. Pelo visto, os que vieram depois
pensavam do mesmo jeito (Só que não). Outro assunto que eu gostaria de tratar
em particular é o tão famigerado "cabide de empregos". Toda empresa
que contrata de forma desordenada e pessoas despreparadas para executar tal
função, terá, consequentemente, baixa produtividade, com uma prefeitura não é
diferente. Além disso, cargos importantes (como de secretarias, por exemplo)
devem ser ocupados por quem sabe fazer aquilo e fazer muito bem. As pastas da
administração em Itamari, nos últimos anos, patinaram e foram caóticas por
conta disso. Perguntei certo dia a um coordenador de uma escola e volto a
questionar: quem tem coragem de ir a um veterinário e pedir que ele trate seu dente?
Já vi muita gente que por ganância e vaidade, sentou em uma determinada cadeira
e só se deu mal por não saber fazer determinado trabalho.
Portanto, Nego terá que olhar para tudo isso e avaliar se,
realmente, será possível algumas mudanças de posturas e algumas conquistas em
seu governo ou repetir os mesmos erros. O que se espera é que ele,
realmente, tenha força política para, de fato, pôr em prática projetos
importantes em prol da população de Itamari e colocar a cidade nos trilhos do
progresso.